AULA 05 – O SENTIDO DA LEI

 

Anteriormente falamos da Linha da Fé, que é a primeira linha dos sentidos da vida – que são as características de Deus que cada um de nós e que toda forma de vida possui e obedece. Alexandre Cumino, no estudo da Jornada Teológica diz que Deus é único e que se manifesta em sete vibrações e em cada uma delas há no mínimo um trono que se manifesta por meio de duas divindades que para nós são entendidas como os Orixás.

 

Hoje falaremos da quinta linha: O Sentido da Lei, em homenagem a data de celebração à Ogum que é convencionada no dia de comemoração à São Jorge, 23 de abril. Esta linha é composta pelo Orixá Ogum: Positivo, Passivo e Universal; e Orixá Iansã: Negativo, Ativo e Cósmico.

 

OGUM

 

Na Umbanda, Ogum é um dos Orixás mais cultuados e importantes. Ele é considerado um Orixá guerreiro, ligado à luta, à coragem, à determinação e à proteção. Ogum também é visto como um guardião dos caminhos, abrindo e protegendo as trilhas daqueles que buscam alcançar seus objetivos. É quem dá força ao ser humano, quando este precisa criar novos caminhos que acrescente sentido à vida. Além disso, ele é associado à tecnologia e à indústria, sendo venerado por trabalhadores que lidam com ferramentas e máquinas.

 

Na mitologia Yorubá, da qual a Umbanda herda muitos de seus fundamentos, Ogum é filho de Oduduwa e considerado um dos principais Orixás, sendo também irmão de Exu, Oxossi e outros. Ele é conhecido por sua força, determinação e por sua habilidade em superar obstáculos. Nas festividades dedicadas a Ogum, é comum ver oferendas de espadas, facas, ferramentas de metal e cerveja, entre outros elementos.

 

Em termos simbólicos, Ogum representa a força interior, a capacidade de enfrentar desafios e a busca pela evolução pessoal. Muitos devotos de Ogum buscam sua ajuda para superar dificuldades, proteger seus lares e alcançar sucesso em suas empreitadas.

 

Ogum rege todo o início de movimento, é a energia que possibilita o começo do que quer que seja, abre caminhos e encruzilhadas junto com Exu. Este Orixá dá energia não só nas situações de conquista, mas também na luta pela sobrevivência. É conhecido como o Senhor dos Caminhos, pois na cultura Yorubá foi o primeiro ferreiro e com suas armas não há um só caminho que Ogum não tenha percorrido em suas guerras de conquista.

 

Saúda-se dizendo:

 

Ogun Yê! (pronuncia-se Ogunhê!), que significa “Salve Ogum”, ou ainda Pàtàki Orí, Ogun! (pronuncia-se Patakôrí Ogum!), que significa “Salve Ogum, O Senhor Que Encabeça ou O Que Vem Na Frente”.

 

Pàtàki = chefe, principal.

Orí = cabeça. Salve Senhor dos Caminhos, nos ampare em nossa árdua caminhada.

Ogun Yê! Pàtàki Orí, Ogun!”

 

IANSÃ

 

Na Umbanda, Iansã é um dos principais Orixás femininos, sendo associada aos ventos, às tempestades, à transformação e à força. Ela é considerada uma guerreira, corajosa e determinada, que enfrenta os desafios da vida com resolução. Iansã é vista como uma protetora dos lares, afastando energias negativas e trazendo renovação e equilíbrio, corresponde à necessidade de mudança, induz ao desapego de coisas e pessoas.

 

Iansã é também conhecida como a dona dos eguns, ou seja, dos espíritos dos mortos, sendo considerada a guardiã dos cemitérios. Ela é temida e respeitada por sua intensidade e poder de transformação. Além disso, Iansã é associada à sensualidade e à fertilidade, sendo vista como uma figura maternal e protetora.

 

Nas festividades dedicadas a Iansã, é comum o uso de cores vibrantes, como o vermelho e o laranja, além de danças e cânticos que celebram sua energia e força. Ela é sincretizada com Santa Bárbara na Umbanda, e sua data comemorativa é 4 de dezembro.